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O livro de Julia prima sobretudo pela delicadeza. É com vagar e cuidado que a autora vai sobrepondo camadas de inquietude a sua narrativa, sem incorrer no erro do lugar comum. É com precisão que vai pincelando histórias incertas, preenchendo uma tela em que nada é o que parece. A solidão vai se revelando aos poucos, não como abandono, mas como um laboratório poético que se expressa na epiderme da linguagem, como se nos alertasse que é pela ausência que nos construímos ontologicamente. A imersão na arte conduz a busca por um outro vocabulário, na tentativa de uma sempre renovada dicção.
 

Bakken, de Julia Barandier

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